sexta-feira, setembro 30, 2005

Associativismo Dinâmico

Como é sabido as Instituições e Associações tem um papel preponderante na vida de cada terra.
Lordelo felizmente é uma cidade com várias, que a dinamizam, lhe dão cor e alegria. As dificuldades são sempre mais que muitas, mas a boa vontade, carolice e o desejo de fazer algo diferente em troco de nada mais que a satisfação de um trabalho bem realizado no final, é sempre mais forte. No passado dia 25 de Setembro de 2005, Lordelo teve mais uma prova disso mesmo. A A.U.F. – Associação Unidos à Ferrugenta, constituída à meia dúzia de anos, com o empenho dos seus elementos sem colaboração de quaisquer entidades públicas, organizou o seu 1º Grande Prémio de Ciclismo, intitulado “1º Grande Prémio da A.U.F. / Cidade de Lordelo. Mérito seja reconhecido a estes jovens que com muito empenho e dedicação conseguiram organizar este grande evento que nos trouxe de volta o saudosismo pelo ciclismo, fazendo recordar os bons velhos tempos do Prémio Ribeiro da Silva. Estes eventos são necessários para a nossa cidade e por tal deixo os meus sinceros parabéns a estes jovens.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Entrevista de Manuel Ribeiro (Néné) novo Presidente do Aliados F.C.Lordelo.


“Não há um único clube do concelho que não se sinta descriminado em relação ao União de Paredes”

Manuel Ribeiro, mais conhecido por Nené, foi eleito presidente do Aliados de Lordelo no último sábado. Depois de dois anos como membro de Comissões Administrativas, Nené avançou para a presidência do clube e, na primeira entrevista como líder da colectividade lordelense, critica severamente os “privilégios” do União de Paredes.
Nené revela ainda os projectos para os próximos dois anos e os objectivos desportivos para esta época.

O que o motivou a candidatar-se à presidência do Aliados de Lordelo?
Candidatei-me à presidência da Direcção, porque o Aliados de Lordelo tem assuntos importantes a resolver que não podem ser solucionados legalmente com uma Comissão Administrativa. Temos que fazer obras e efectuar um empréstimo para saldar a dívida ao Fisco, porque a dívida à Segurança Social foi completamente paga com o prémio de subida – 30 mil euros – que a Câmara Municipal nos entregou.

Qual o valor da dívida ao Fisco?
Essa dívida rondará os 25 mil euros, mas neste momento somos credores do Estado, pois tivemos, há dois anos, um terreno expropriado para as obras da auto-estrada no valor de 30 mil euros que ainda não nos foi pago.

Da anterior Comissão Administrativa apenas o acompanham quatro elementos. A que se deveu a renovação da equipa directiva?
Enquanto presidente eu tinha que fazer a minha equipa e confiar nas pessoas que me iriam acompanhar. Uma Direcção tem responsabilidades directas no clube e, futuramente, bem ou mal alguém nos irá pedir contas da gestão.
Além disso, para alcançar aquilo a que nos propusemos, temos de ter pessoas que trabalhem em grupo, no qual não hajam desavenças, e em prol do clube e não de si mesmas.

As desavenças que invoca aconteceram no passado?
Não.
Foi um ano muito difícil e que deixou marcas, porque subimos da III Divisão para a II Divisão B com apenas quatro pessoas a trabalhar.
Desta forma, cheguei ao ponto em que pensei que ao trabalhar para o Aliados de Lordelo preferia trabalhar à minha maneira e ter apenas pessoas como o anterior presidente, Lemos Silva, que sendo presidente do Conselho Fiscal, ainda no domingo estava à porta a rasgar bilhetes.

À espera do estatuto de utilidade pública

Quais são os projectos desta Direcção para os próximos dois anos?
Queremos, em primeiro lugar, conseguir o estatuto de utilidade pública. Sem esse estatuto não conseguimos concretizar os outros projectos delineados, visto que a utilidade pública é fundamental para que as candidaturas a fundos do Estado sejam aprovados.
Depois de alcançado esse objectivo, temos um complexo com dois campos sintéticos para construir.

Quanto custará esse complexo desportivo?
Um milhão e 50 mil euros.

A Câmara Municipal está disposta a auxiliar o clube nesse investimento?
Já tivemos alguns contactos, mas a autarquia dá-nos com uma mão e tira-nos com duas. Já apresentamos, com o apoio da Câmara Municipal, uma candidatura para a construção desses campos sintéticos, só que a candidatura foi imediatamente barrada em Lisboa porque não tínhamos o estatuto de utilidade pública e tínhamos dívidas fiscais.
Agora, estamos à espera dos novos ventos políticos para marcar uma reunião com quem ficar na cadeira do poder.

“União de Paredes mantém-se na II Divisão B à custa da autarquia”

O Aliados de Lordelo queixa-se frequentemente que é descriminado pela autarquia, nomeadamente em relação ao União de Paredes. Mantém essas reclamações?
Não é só o Aliados que é descriminado em relação ao União de Paredes.
Não há um único clube do concelho que não se sinta descriminado em relação ao União de Paredes.
Recordo-me que, no ano passado, o Nun´Alvares e o Vandoma iriam utilizar o sintético, mas depois foram colocados a treinar a horas inacreditáveis e, neste momento, há clubes de Paredes que para praticar desporto têm de ir jogar fora do concelho.
Depois, vemos alguns dirigentes do União de Paredes a dizer que são mais filhos do que os outros e a passar o tempo todo a “chorar”.

O União de Paredes defende que é o clube que ostenta o nome do concelho e que está sediado na sede.
Eles já têm muitos privilégios por serem o clube da capital do concelho. O estádio é municipal, todos os veículos em que eles se transportam são municipais, têm um relvado sintético que é municipal.
Durante anos viveram acima das possibilidades e depois, porque o clube faliu, a Câmara Municipal teve que comprar todo o seu património.
Sem a Câmara Municipal, o União de Paredes tinha acabado e se se mantém na II Divisão B é única e exclusivamente à custa da autarquia, porque não vejo o apoio humano que o Aliados e o Rebordosa têm no União de Paredes.
Depois, uma pessoa de Lordelo é tanto de Paredes como um habitante de Rebordosa ou de Castelões de Cepeda. Não existe a freguesia de Paredes e, por exemplo, a Rota dos Móveis está situada 95 por cento em Lordelo e Rebordosa.

Mas o União de Paredes reclama, por exemplo, contra os cortes que esta época aconteceram no seu subsídio camarário, afirmando que têm cerca de 400 jovens em formação.
Dou-lhes razão quando eles dizem que o subsídio deve ser atribuído à formação, só que então há que pôr os clubes todos ao mesmo nível e a Câmara Municipal tem que construir um campo sintético para o Aliados e para o Rebordosa.
Depois, em pé de igualdade, vamos ver quem tem mais e melhor formação, porque há uma diferença enorme entre jogar e treinar num sintético e num pelado.
Mesmo com más condições, temos 150 miúdos a vestir a nossa camisola e todos os anos aproveitamos jogadores para a equipa sénior.
É também a primeira vez que vejo o União de Paredes a utilizar a formação como argumento para receber dinheiro.
Na sua opinião, os subsídios camarários nunca foram investidos na formação?
Obviamente que não. Se fosse, porque é que os miúdos pagam para jogar no União de Paredes quando no Aliados e no Rebordosa jogam de graça?
Isto prova que o dinheiro da Câmara, no Aliados e no Rebordosa, é aplicado na formação, mas no União do Paredes não.

Orçamento semelhante ao da época passada
Em termos desportivos, quais as expectativas para esta época?
As nossas expectativas não vão além da manutenção. Temos um bom plantel, no qual confiámos a 100 por cento.

Se o Aliados de Lordelo descer à III Divisão o projecto desta Direcção fica comprometido?
De maneira nenhuma, porque temos os pés bem assentes no chão e, se descermos, só temos de reformular o orçamento.

Qual é o orçamento para esta temporada?
É um orçamento rigorosamente igual ao do ano passado. Sabemos, inclusive, que no final da época vamos gastar menos do que em 2004/05, porque uma subida de divisão implica muitos prémios.
RBM


in Novas do Vale do Sousa - 16 Setembro 2005

quinta-feira, setembro 08, 2005

Os rostos